terça-feira, 25 de outubro de 2016
Sketchbook (17)
"Quando dormires, minha bela tenebrosa,
Num monumento de marmórea construção,
E não tiveres por alcova ou por mansão
Mais que um porão chuvoso e uma profunda fossa;
Quando a pedra, a oprimir-te a carcaça medrosa
E os flancos que suaviza descuidado andar,
Ao coração bater ou querer já negar,
E a teus pés correr corrida aventurosa,
A tumba, confidente do meu sonho infindo
(Visto que a tumba entenderá sempre o poeta),
Durante as grandes noites de sono banido,
Dir-te-á "Cortesã, qual é a tua meta
Ao não reconhecer o que choram os mortos?"
- E os vermes te roerão a pele quais remorsos."
(XXIII-Remorso Póstumo- C.Baudelaire in As Flores du Mal )
Um forte abraço !
B.A
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